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Uma retoma ameaçada

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O tão aguardado regresso de milhares de atletas dos escalões de formação do futebol acaba de ser ameaçado por uma diretiva da DGS.

Na verdade, a Orientação 036/2020 sobre o Desporto e Competições Desportivas em contexto da Covid-19 e atualizada ontem, refere no seu ponto 22 que “para a retoma das atividades desportivas é obrigatória a apresentação de um resultado negativo num teste laboratorial para SARS-CoV-2, realizado nos termos da Norma 019/2020 até 72 horas antes do início das atividades, por parte de todos os praticantes de escalões de formação de modalidades desportivas de médio e alto risco”.

Ora, o futebol é considerado para o efeito uma modalidade de risco médio e os custos desta obrigação imposta pela DGS cabem aos promotores da atividade. Feitas as contas, o resultado é um absurdo atendendo às dificuldades por que passam neste momento os clubes devido ao impacto da pandemia.

A realidade é que ao longo deste tempo em que foram obrigados a estar de portas fechadas, os clubes viram a sua situação financeira degradar-se por falta de receitas. Era grande a expetativa de uma retoma que, mesmo condicionada, pudesse levar os clubes a recuperar tempo e receitas perdidas.

Antes pelo contrário, no campo do futebol de formação, como noutras modalidades de risco médio e alto como o Judo, o Kickboxing ou a Ginástica Acrobática, os clubes são confrontados agora com custos incomportáveis e por isso inaceitáveis.

Estamos plenamente cientes que a saúde deve estar em primeiro lugar e evitar riscos de contágio é importante, mas imputar aos clubes tais custos numa altura em que atravessam dificuldades, é o mesmo que nos dizerem que não querem o regresso das crianças e jovens aos campos de futebol!

Esperemos que quem de direito perceba a gravidade do que está em causa e não queira contribuir para afundar ainda mais um setor já muito prejudicado.

Haja respeito por quem tudo faz pelo desenvolvimento desportivo em Portugal!

A Direção do Real SC

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