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WG 2019: balanço da Dança

Gymnaestrada

Sandra Santos

O balanço que faço é positivo. Dois anos de trabalho que culminaram da melhor forma com uma equipa determinada a dignificar o nome de Portugal e do nosso Real Sport Clube. Confesso que tinha uma expectativa acima da média sobre as atuações que iríamos ver, no entanto verifiquei que a nossa qualidade artística e técnica está entre as melhores coisas que vimos. Bem sei que não vimos tudo, pois as atuações eram feitas em muitos Hall’s a cada 15 minutos, mas na verdade aquilo que vi em nada nos tirou o mérito de ali estarmos presentes. Embora seja da área da dança e que este mundo da ginástica me diga pouco, achei que podemos sempre aprender uns com os outros. Ao observar coreografias/esquemas enriquecemos também o nosso vocabulário artístico, melhorando-o. Nunca fui a nenhuma Gimnoestrada, mas esta estava muito bem organizada a nível de informações, transportes, refeições, instalações para atuações e, é claro, o melhor de tudo a escola onde fomos recebidos. Fomos tratados como família e construíram-se amizades com os voluntários que deixaram saudades.  Todos os dias até às 23h havia animação com música, com refeições ligeiras a preços acessíveis, banhos quentes a qualquer hora, e uma equipa de voluntários sempre pronta a responder às muitas solicitações que foram aparecendo. É uma experiência que ficará com toda a certeza marcada nas memórias de alunos e professores. Devo destacar o papel da Coordenadora que resolveu prontamente pequenos problemas que foram surgindo e que foi sem dúvida uma mais-valia a sua presença no grupo. Agora é descansar e recuperar energias pois estamos todos de rastos.

Maria Teixeira

“Uau!” foi das primeiras palavras que se ouviu mal chegámos a Áustria, no dia 6 de julho, e que marcou presença toda a semana. Mesmo sendo noite, pudemos vislumbrar o que na manhã seguinte e restantes nunca nos deixou de encantar: as belíssimas paisagens de Dornbirn, sempre com as imponentes montanhas atrás, em pose e imóveis, lembrando um postal vivo, mas não só, como se não bastasse, o acolhimento com que fomos recebidos foi também digno de se louvar e ficará para sempre no nosso coração: todos os sorrisos, os abraços, os aplausos… não poderíamos ter sido mais mimados!

Durante a semana, ninguém parou para descansar, tivemos atuações de domingo, dia 7, até quinta-feira, dia 11, excetuando quarta-feira, dia da cerimónia de abertura, contudo, mesmo quando a atuação findava, o nosso dia tinha apenas começado e, normalmente, ficávamos a assistir a outras de outros países ou, então, íamos passear pela região ou tratar da “logística noturna”, como os jantares e tudo o que estava envolvido, uma vez que todo o comércio encerrava muito cedo. Enquanto lá estivemos, visitámos vários sítios dos quais temos recordações fantásticas, como Bregenz e o magnífico lago de Constança que tem uma extensão tão grande que faz fronteira com a Alemanha, a Áustria e a Suíça; ou daquela vez que andámos de teleférico, o Karren, e subimos a uma altitude de 976 metros, acompanhados de uma paisagem de tirar a respiração sobre o vale do Reno e de uma vista majestosa de três países; ou quando fomos de comboio (com condições excelentes!) até Feldkirch, sempre rodeados de uma paisagem virgem e pura, com muitas árvores, cenário imprescindível das nossas imensas fotografias!

Contudo, a nossa ocupação não se prendia apenas com os lugares principescos de Dornbirn e as suas paisagens dilacerantes de beleza, a maior parte do nosso tempo era passado junto de pessoas, a conviver e a trocar impressões… conhecemos pessoas fantásticas, umas que até ficaram comovidas com o Bloco, outras cujas atuações eram de arregalar os olhos e outros atletas com os quais trocámos camisolas, calças de fato de treino, sorrisos e experiências… Nunca ninguém teve tempo para amuar nem era sequer possível (tirando os momentos em que a fila para o almoço chegava a ser enorme, mas, mesmo durante esses períodos não houve momentos de silêncio, dando-nos a oportunidade de conhecer quem estava à nossa volta e ali naquele grande evento!). Por falar no almoço, a comida era sempre fantástica, apesar de sentirmos saudades, ao fim de uma semana, de um peixinho grelhado ou duma sopinha quente. Os austríacos foram, constantemente e a toda a hora, pessoas em quem nunca faltou um sorriso e sempre prontas a ajudar, além disso cuidaram de nós com muita atenção e estavam interessados em saber mais sobre Portugal, principalmente, em Haselstauden, na região de Dornbirn onde ficaram alojados os atletas portugueses; ensinaram-nos a dança tradicional austríaca que era extremamente ritmada e rápida, cheia de voltas e saltos e algumas palavras em austríaco, como danke, que significa obrigado/a.

Foi, sem sombra de dúvidas, uma experiência que nos mudou a todas… Foi como comunicar numa linguagem universal através das artes performativas, porque, de facto, a World Gymnaestrada não era composta por ginástica apenas, era todo um conjunto de estilos, sendo a ginástica o elo unificador principal. Pudemos entendermo-nos através do movimento e da celebração do espetáculo, pudemos mostrar quem éramos, de onde vínhamos, mas também conhecer quem estava connosco, de onde vinham e o país onde estávamos.

Pudemos ser um numa rede global de “nós”, sem ter medo da nossa identidade, mas adotando uma em comum. E acho que era essa a mensagem que se quer passar para o exterior: um mundo partilhado e respeitado, com pessoas diferentes e, ao mesmo tempo, valorizadas de forma igual!

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